Autoridades locais intensificam regulamentação de megaprojetos solares no Japão

Autoridades locais intensificam regulamentação de megaprojetos solares no Japão

TÓQUIO – Muitos governos locais no Japão estão buscando um equilíbrio entre a proteção dos ecossistemas e a hospedagem de fazendas solares em larga escala, com mais de 300 autoridades emitindo portarias para regulamentar esses projetos de energia limpa.

À medida que crescem as preocupações sobre o impacto dos projetos nas paisagens e na vida selvagem, o ministro do meio ambiente disse que o governo central consideraria rapidamente realizar discussões sobre a necessidade de legislação.

A questão ganhou atenção depois que a construção de um megaprojeto solar perto do Pantanal de Kushiro, em Hokkaido, gerou reações negativas de celebridades nas redes sociais, gerando especulações de que tais empreendimentos poderiam prejudicar habitats da vida selvagem, incluindo os dos grous-de-crista-vermelha, áreas protegidas.

Em setembro, a cidade de Kushiro promulgou uma lei exigindo que as empresas obtenham licenças para projetos solares que gerem 10 quilowatts ou mais, em meio à ausência de leis que regulem especificamente sua construção.

A medida ocorreu após decretos semelhantes introduzidos por cerca de 320 governos locais, de acordo com o Instituto de Pesquisa para Governos Locais, em resposta a preocupações de que megafazendas solares poderiam aumentar o risco de deslizamentos de terra.

A instalação de mega usinas solares se espalhou por todo o país, com o governo planejando aumentar a participação de energia renovável na matriz energética do Japão para cerca de 40 a 50 por cento no ano fiscal de 2040, de cerca de 23 por cento no ano fiscal de 2023 para atingir emissões líquidas zero.

O governo realizou a primeira reunião conjunta do Ministério do Meio Ambiente e outros ministérios relacionados no final de setembro para abordar questões enfrentadas pelos governos locais ao hospedar instalações de energia solar.

"É importante promover (energia renovável) onde ela é necessária e mantê-la quando necessário", disse o Ministro do Meio Ambiente, Keiichiro Asao, em uma entrevista coletiva.