Blocos de oposição no poder do Japão prometem cortar fundos políticos não divulgados
Os partidos no poder e a oposição do Japão concordaram terça-feira em trabalhar para abolir os fundos de actividade política, que não estão sujeitos a divulgação mesmo quando essas receitas atingem centenas de milhões de ienes, no seu primeiro ano de reunião sobre reformas políticas.
Mas o Partido Liberal Democrata, no poder, manifestou relutância em eliminar as doações empresariais, que beneficiaram o PLD pró-empresas, disseram os legisladores, apesar das críticas de que a prática é vista como uma forma de corrupção que pode distorcer os resultados políticos.
As discussões ocorrem num momento em que o LDP do primeiro-ministro Shigeru Ishiba procura chegar a um consenso político com o campo da oposição, depois de o partido e o seu parceiro de coligação júnior terem perdido a maioria nas eleições para a Câmara dos Representantes em 27 de Outubro.
O PDL pretende promulgar novas revisões da Lei de Controlo de Fundos Políticos até ao final do ano. Os líderes partidários não foram responsabilizados pela forma como gastam o dinheiro, levantando dúvidas sobre se o dinheiro pode ter sido utilizado de forma inadequada.
O Partido Democrático Constitucional do Japão afirmou que pretende desenvolver as suas próprias propostas sobre a reforma dos fundos políticos. Não é certo que o principal partido da oposição e o PLD façam concessões nesta questão, indicaram os deputados.
A sessão parlamentar extraordinária de 24 dias está marcada para quinta-feira, enquanto o LDP enfrenta escrutínio após revelações de que algumas das suas facções não declararam parte dos rendimentos de eventos de angariação de fundos e criaram fundos secretos.
As revisões da lei já tinham sido aprovadas em Junho, quando o LDP, então liderado pelo antecessor de Ishiba, o antigo primeiro-ministro Fumio Kishida, tentou mostrar os seus esforços para reformar o sistema de financiamento político para recuperar a confiança do público na política.
As alterações foram, no entanto, criticadas como insuficientes, com os partidos da oposição a destacarem a falta de uma proibição de doações empresariais e a falta de clareza sobre quando seria implementada a divulgação obrigatória de fundos para atividades políticas.