China conduz investigação externa sobre fábrica japonesa de cosméticos
Os reguladores chineses conduziram uma investigação externa sobre os processos de produção de uma fabricante japonesa de cosméticos e suspenderam as importações dos produtos da empresa, citando preocupações de conformidade, disseram fontes familiarizadas com o assunto na quinta-feira.
É raro que as autoridades chinesas visem directamente uma base industrial no estrangeiro e a medida faz parte dos esforços de Pequim para aumentar a supervisão das empresas estrangeiras que vendem produtos na China.
A investigação sobre a fábrica de produtos de coloração para cabelos da província de Aichi, sediada em Nagoya, Hoyu Co., foi conduzida on-line, embora não esteja claro como os reguladores conduziram suas investigações.
A Administração Nacional de Produtos Médicos da China disse em 16 de novembro que suspeitava que a empresa violasse a lei de controle de produção do país após conduzir uma investigação na fábrica no centro do Japão, disseram as fontes.
A agência disse que os processos de fabricação de produtos de coloração capilar na fábrica de Hoyu, na cidade de Seto, não atendem aos regulamentos técnicos chineses, acrescentaram.
O regulador destacou ainda que o processo de fabricação na fábrica era diferente do que a empresa havia divulgado às autoridades chinesas.
Hoyu decidiu não se opor à vontade de investigação das autoridades chinesas, na esperança de continuar a operar no país.
Hoyu disse à Kyodo News que “responderia a esta pergunta de acordo com as diretrizes das autoridades (chinesas)”.
Uma fonte do governo japonês disse que um controle mais rígido das empresas estrangeiras que operam na China poderia restringir as exportações para o país e beneficiar os produtores chineses. A rara pesquisa foi realizada tendo como pano de fundo a promoção da produção doméstica por Pequim em vários setores, acrescentou a fonte.
No meio desta tendência, as empresas estrangeiras são geralmente cautelosas com potenciais fugas de tecnologia para a China.
As empresas japonesas enfrentaram recentemente ventos contrários no mercado chinês, com produtos japoneses amplamente boicotados após a libertação de água radioactiva tratada da central nuclear de Fukushima, avariada, a partir de Agosto, e a detenção de cidadãos japoneses por acusações de espionagem.
Ichiro Korogi, professor e especialista em China moderna na Universidade de Estudos Internacionais de Kanda, disse acreditar que a investigação foi uma tentativa da China de obter tecnologia de Hoyu.
“A intenção era pressionar (Hoyu) a divulgar tecnologia relacionada ao seu processo de produção em troca de permitir que a empresa fizesse negócios no gigantesco mercado chinês”, disse Korogi.
Ele acrescentou que a tática da China de visar uma empresa específica pretendia servir de alerta para toda a indústria.
