Japão considera importações de soja e milho em negociações tarifárias com os EUA
O governo japonês está considerando aumentar as importações de soja e milho dos EUA como parte das negociações em andamento com Washington contra a imposição de tarifas sobre automóveis, aço, alumínio e outros produtos pelo presidente dos EUA, Donald Trump, disse uma fonte do governo na sexta-feira.
O Japão está tentando intervir e ocupar o excesso de oferta criado pela queda nas exportações dos EUA de ambas as safras para a China devido ao aumento do atrito comercial entre Washington e Pequim. Ao fazer isso, ele espera ganhar isenções de tarifas dos EUA, disse a fonte.
Segundo a fonte.
Ryosei Akazawa, principal representante do Japão nas negociações tarifárias com o governo Trump, disse na sexta-feira que faria uma viagem de três dias a Washington, começando na quarta-feira, para uma segunda rodada de negociações com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, o responsável pelas negociações com o Japão.
Na primeira rodada de negociações no início deste mês na capital dos EUA, Akazawa, o ministro da revitalização econômica que é conhecido como um assessor próximo do primeiro-ministro Shigeru Ishiba, pediu aos EUA que revisassem as tarifas impostas sobre automóveis, aço e alumínio, bem como seu corte de 10%.
Nas negociações iniciais, os Estados Unidos expressaram insatisfação com o número de carros fabricados nos EUA importados para o Japão e pressionaram seu aliado de segurança a abrir seu mercado para mais arroz, carne e batatas americanos.
A fonte do governo disse que a proposta de expansão das importações de soja e milho dos EUA "deveria ser bem recebida pelos EUA, pois desviaria (importações) destinadas à China para o Japão".
De acordo com dados do Departamento de Agricultura dos EUA, a China foi a maior importadora de soja dos EUA e uma importante parceira comercial de milho em 2024.
Mas dados alfandegários chineses mostraram que as importações de milho dos Estados Unidos caíram 99% em relação ao ano anterior e as de soja 11% em termos de valor em março, já que as duas potências econômicas impuseram tarifas recíprocas.
Para o Japão, os Estados Unidos são a maior fonte de importação de milho e soja, seguidos pelo Brasil.
Uma fonte próxima ao Ministério da Agricultura do Japão disse que a proposta significaria pedir que grupos agrícolas nacionais cooperassem na transferência de importações do Brasil para os Estados Unidos.