Japão e Austrália discutem cooperação em emergência militar
O Japão e a Austrália estão a discutir uma possível cooperação militar em caso de emergências simultâneas nas suas regiões vizinhas, disseram fontes governamentais na segunda-feira, aparentemente tendo em mente a crescente assertividade marítima da China.
Através da discussão e desenvolvimento de exemplos de colaboração entre as Forças de Autodefesa do Japão e os militares australianos, Tóquio planeia estabelecer directrizes de cooperação bilateral em defesa com Camberra para clarificar os seus papéis partilhados, acrescentaram as fontes.
O aumento da sofisticação e da frequência dos exercícios conjuntos entre as duas forças também será provavelmente abordado durante as negociações, disseram as fontes, numa tentativa de fortalecer a dissuasão contra as atividades militares provocativas de Pequim na região Indo-Pacífico.
A consulta a nível de trabalho foi lançada com base numa declaração conjunta sobre cooperação em segurança, assinada pelo primeiro-ministro japonês Fumio Kishida e pelo seu homólogo australiano Anthony Albanese durante a sua reunião em Outubro de 2022 na Austrália.
No documento, os dois líderes comprometem-se a “consultar sobre contingências que possam afectar a nossa soberania e os interesses de segurança regional” e a “explorar meios adicionais para melhorar a eficácia da nossa cooperação bilateral em segurança e defesa”.
Os governos exploraram estratégias colaborativas, incluindo cenários em que surgem emergências simultaneamente nos mares do Leste e do Sul da China, segundo as fontes.
À medida que os dois lados reforçaram a sua parceria de defesa nos últimos anos, Tóquio também procurou a cooperação de Camberra para usar o vasto continente da Austrália como campo de testes para mísseis japoneses em desenvolvimento, acrescentaram as fontes.
O Japão prometeu adquirir "capacidades de contra-ataque" até ao final de 2022, desenvolvendo mísseis caseiros de longo alcance, bem como adquirindo mísseis de cruzeiro Tomahawk produzidos nos EUA, como dissuasão contra ameaças à segurança regional, especialmente as da Coreia do Norte.
Em Agosto, o acordo bilateral de acesso recíproco entrou em vigor, permitindo uma implantação mais rápida de unidades entre as duas forças. Este foi o primeiro RAA para Tóquio além de um pacto semelhante com os Estados Unidos, denominado Acordo de Status das Forças.
O Japão considera a Austrália um “quase-aliado”, além do seu único aliado de segurança, os Estados Unidos, que é também o único país com o qual tem directrizes bilaterais para a cooperação em segurança e defesa.