Japão e França prometem fortalecer os laços de defesa em meio à discórdia sobre o escritório da OTAN
O Japão e a França concordaram na quinta-feira em fortalecer a parceria de defesa dos países em resposta à expansão militar da China, enquanto Paris teria se oposto ao plano da OTAN de abrir um escritório em Tóquio.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Yoshimasa Hayashi, e a sua homóloga francesa, Catherine Colonna, reuniram-se depois de o Financial Times ter noticiado no início deste mês que o presidente Emmanuel Macron se tinha oposto ao que seria o primeiro escritório da NATO na Ásia.
O governo japonês disse que Hayashi e Colonna reafirmaram a cooperação conjunta face à crescente influência militar da China, mas não abordaram a proposta de estabelecer um escritório da NATO em Tóquio para lidar com ameaças à segurança na Ásia.
A França, membro da NATO, aparentemente manifestou oposição ao plano de criação do gabinete, temendo que pudesse alimentar tensões entre a China e a aliança transatlântica, que recentemente reforçou a cooperação em segurança com o Japão.
Macron causou sensação depois de dizer, numa entrevista à imprensa, em Abril, que a Europa não deveria seguir nem os Estados Unidos nem a China, ao mesmo tempo que instou a NATO a não alargar o seu alcance para além do Atlântico Norte.
Hayashi e Colonna, entretanto, comprometeram-se a reforçar a cooperação bilateral em defesa, realizando actividades como exercícios conjuntos entre as Forças de Autodefesa e os militares franceses, disse o governo japonês.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros também concordaram que o Japão e a França criarão um grupo de trabalho para tratar de questões de segurança económica.
Em relação à guerra de 16 meses da Rússia na Ucrânia, Hayashi e Colonna confirmaram que Tóquio e Paris manteriam duras sanções contra Moscovo.
A reunião bilateral foi realizada à margem de uma conferência internacional sobre medidas financeiras para alcançar os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU até 2030.
Hayashi fará uma viagem de cinco dias à Europa até sábado. Na quarta-feira, ele participou da Conferência de Recuperação da Ucrânia, em Londres.