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Japão venderá métodos contraceptivos de emergência sem receita

Espera-se que o Japão permita que as pessoas comprem pílulas matinais em farmácias sem receita médica pela primeira vez, marcando um passo importante para aumentar o acesso à contracepção de emergência e apoiar a saúde reprodutiva das mulheres.

Uma comissão especializada do Ministério da Saúde aprovou em 29 de agosto a venda do comprimido em farmácias sem necessidade de receita médica.

A aprovação formal é esperada dentro de três a quatro meses após o período de comentários públicos, aumentando a probabilidade de o público ter acesso direto ao medicamento sem receita antes do final do ano fiscal.

Levonorgestrel é o nome genérico do medicamento que o comitê pretende disponibilizar sem receita médica; foi Vendido pela primeira vez na França em 1999. No Japão, a Aska Pharmaceutical Co. o lançou sob o nome Norlevo em 2011.

Norlevo previne a gravidez com uma eficácia estimada de 80% quando tomado até 72 horas após a relação sexual.

Enquanto outros países usam anticoncepcionais de emergência como o Ellaone, que pode ser tomado até 120 horas após a relação sexual, o Japão ainda não aprovou essa opção.

Até agora, pílulas anticoncepcionais de emergência só podiam ser obtidas no Japão mediante receita médica, o que exigia que as pessoas visitassem instituições médicas.

De acordo com fontes da indústria farmacêutica, aproximadamente 400 pessoas usam métodos contraceptivos de emergência no Japão a cada ano.

No entanto, o pré-requisito de consultar um médico tem sido uma barreira significativa ao acesso de muitos que desejam usar a pílula. No novo sistema, o cliente que compra o medicamento pessoalmente deve tomá-lo imediatamente após falar com um farmacêutico.

Não serão permitidas vendas on-line.

Não haverá restrições de idade nem necessidade de consentimento dos pais.

Globalmente, aproximadamente 90 países e regiões permitem que pílulas anticoncepcionais de emergência sejam compradas sem receita.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) lista essas pílulas como medicamentos essenciais, e o Japão tem enfrentado críticas por ficar atrás de outros países na garantia dos direitos à saúde sexual e reprodutiva.

Especialistas japoneses analisaram a questão em 2017, mas decidiram não aprová-la, citando preocupações de que os farmacêuticos precisam de conhecimento especializado sobre saúde reprodutiva feminina, lacunas existentes na educação sexual e o risco de uso indevido.

Em 2018, a OMS pediu a todos os países que garantissem que todas as mulheres em risco de gravidez indesejada tivessem acesso a pílulas anticoncepcionais de emergência.

Mihyon Song, obstetra e ginecologista, disse: "Qualquer pessoa pode ter problemas com métodos contraceptivos. Para mulheres que não querem engravidar, a contracepção de emergência é a última rede de segurança após o sexo. Quanto mais cedo for tomada, mais eficaz será, portanto, o fácil acesso é crucial."

Song também disse que algumas mulheres jovens podem relutar em buscar o consentimento dos pais, enfatizando a necessidade de vender a droga sem restrições de idade.

(Este artigo foi escrito por Mirei Jinguji e Kazuya Goto.)