Líderes do Japão e da Coreia do Sul se reúnem após o lançamento do míssil ICBM da Coreia do Norte
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, reuniu-se com o presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, na Lituânia, na quarta-feira, poucas horas depois de a Coreia do Norte ter testado um míssil balístico intercontinental, registando um tempo de voo recorde para um projéctil lançado por Pyongyang.
A reunião na capital Vilnius, à margem de uma cimeira da NATO, ocorreu em oposição a um plano do Japão para libertar água radioactiva tratada de uma central nuclear defeituosa de Fukushima, que cresce na Coreia do Sul.
Espera-se que Kishida e Yoon condenem o lançamento do ICBM pela Coreia do Norte, o primeiro do país desde março, que voou por cerca de 74 minutos e 1 quilômetros antes de cair no mar perto da principal cidade insular do Japão, Hokkaido.
Espera-se também que os líderes concordem em reforçar a cooperação trilateral em matéria de segurança com os Estados Unidos para fazer face ao rápido desenvolvimento das capacidades de mísseis de longo alcance da Coreia do Norte.
Acredita-se que o míssil, lançado de um ângulo elevado de uma área perto de Pyongyang, tenha atingido uma altitude máxima de mais de 6 km.
Durante a reunião, Kishida planejou inicialmente convencer Yoon de que a liberação planejada de água radioativa tratada da usina nuclear atende aos padrões internacionais e é segura.
A oposição ao lixão continua forte nos países vizinhos do Japão, apesar da recente afirmação da Agência Internacional de Energia Atómica de que não representa qualquer risco para a saúde humana ou para o ambiente.
Após quase dois anos de uma revisão de segurança independente, o Diretor Geral da AIEA, Rafael Grossi, apresentou um relatório sobre a análise a Kishida na semana passada em Tóquio. A alta está prevista para começar neste verão.
Embora as relações do Japão com a Coreia do Sul tenham melhorado significativamente sob a administração Yoon, depois de anos de aspereza sobre questões de guerra, Kishida pretende garantir que o plano não atrapalhe o bom momento.
A aproximação entre o Japão e a Coreia do Sul foi calorosamente saudada pelos Estados Unidos, um aliado vital para a segurança dos dois países asiáticos, que procura reforçar a cooperação trilateral face à crescente influência da China na região.
Embora o Japão e a Coreia do Sul não sejam membros da NATO, foram convidados como parceiros importantes para a cimeira, onde também foram discutidas questões de segurança no Indo-Pacífico.