O primeiro-ministro japonês Kishida planeja participar da cúpula da OTAN em julho (fontes governamentais)
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, está a tomar providências para participar numa cimeira da NATO planeada para julho, disseram fontes governamentais na quarta-feira, enquanto o país asiático aprofundava os laços com a aliança transatlântica em meio a preocupações de segurança em todo o mundo.
À margem da cimeira na Lituânia, Kishida deverá manter conversações bilaterais com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, para discutir o plano da Organização do Tratado do Atlântico Norte de abrir um escritório de ligação em Tóquio, disseram as fontes.
Kishida e Stoltenberg também deverão desenvolver um novo documento de cooperação em segurança entre o Japão e a NATO, denominado Programa de Parceria Adaptado, para trabalhar em estreita colaboração em áreas como o espaço e a resposta à desinformação, disseram as fontes.
Em 2022, Kishida tornou-se o primeiro primeiro-ministro japonês a juntar-se a uma cimeira da OTAN, à medida que o ambiente de segurança se tornou mais complexo face à invasão da Ucrânia pela Rússia, que já dura mais de um ano, e ao crescente poder militar e assertividade da China em a região Ásia-Pacífico.
Na cimeira em Espanha no ano passado, Kishida expressou o seu desejo de actualizar um documento de parceria com a NATO para reforçar a cooperação, uma vez que a aliança militar ocidental considera agora o Japão um país parceiro.
A participação de Kishida na reunião da OTAN na Lituânia, uma antiga parte da agora extinta União Soviética, aconteceria cerca de dois meses depois de ele ter sediado a cúpula do Grupo dos Sete em seu distrito eleitoral de Hiroshima, devastado pela bomba atômica americana em 1945.
A guerra da Rússia contra a Ucrânia estará certamente no topo da agenda da próxima cimeira da NATO, já que a reunião de três dias do G-7 até domingo, na qual o presidente Volodymyr Zelenskyy participou pessoalmente, se concentrou principalmente na crise.
A convite de Stoltenberg, Zelensky também deverá participar na cimeira da NATO. Será a primeira vez que a Lituânia acolhe a cimeira desde que se juntou à aliança de segurança de 31 membros em 2004.
Além da possível adesão da Ucrânia à NATO, os líderes da aliança deverão discutir a importância de reforçar a cooperação em segurança entre a região Indo-Pacífico e a Europa, pensando na China.
Num outro desenvolvimento, uma cimeira de paz que Zelenskyy propôs na reunião do G-7 em Hiroshima poderia ser convocada antes ou depois do evento da NATO algures na Europa, disseram as fontes.
Entretanto, os planos para estabelecer um escritório da OTAN com sede em Bruxelas, em Tóquio, foram revelados no início deste mês pelo embaixador do Japão nos Estados Unidos. No entanto, Kishida parece estar a explorar cuidadosamente a linha do tempo, tendo em conta os seus vizinhos, incluindo a China e a Rússia.
Durante uma sessão parlamentar na quarta-feira, Kishida disse não saber se a OTAN decidiu oficialmente abrir o escritório de ligação, com a China dizendo que a medida poderia minar a confiança entre as nações e prejudicar a paz e a estabilidade na região.