Primeiro-ministro japonês Ishiba participará da cúpula do G7 e mira Trump em tarifas
O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, embarcará em uma viagem de quatro dias ao Canadá para participar da primeira cúpula presencial de líderes do G7 desde que Donald Trump retornou à presidência dos EUA.
O encontro de dois dias acontecerá nas Montanhas Kananaskis, no Canadá, em meio a uma série de desafios, tanto bilaterais quanto globais, que vão desde as repercussões das tarifas dos EUA, simbólicas da agenda "América Primeiro" de Trump, até o alívio das tensões após o ataque de Israel ao Irã poucos dias antes da cúpula.
Para Ishiba, que está participando de sua primeira reunião presencial do G7, o encontro planejado com Trump é um dos destaques da visita, já que os aliados de longa data avançaram nas negociações tarifárias ministeriais em direção a um acordo.
Em uma reversão de sua posição anterior, Trump efetivamente aprovou a aquisição da United States Steel Corp. pela Nippon Steel Corp., apesar do governo dos EUA deter uma "participação de ouro", dando-lhe influência sobre decisões importantes da gestão.
Como único membro asiático do G7, que está comemorando meio século desde sua criação, Ishiba busca compartilhar opiniões sobre a situação na região Indo-Pacífico, onde a presença da China é cada vez mais sentida.
Os dois dias de negociações da cúpula provavelmente abordarão uma série de tópicos, desde a incerteza sobre o crescimento global e disputas comerciais decorrentes da política tarifária de Trump até a guerra da Rússia contra a Ucrânia e, muito provavelmente, a situação no Oriente Médio.
Espera-se também que os líderes discutam maneiras de tornar as cadeias de suprimentos mais resilientes e usar melhor novas tecnologias, como inteligência artificial.
No que seria uma atitude rara de um grupo conhecido por sua unidade, o grupo, sob a presidência rotativa do Canadá, provavelmente não emitiria uma declaração conjunta para concluir suas discussões, mas divulgaria documentos sobre pontos específicos, de acordo com pessoas familiarizadas com o planejamento.
Espera-se que a cúpula Ishiba-Trump atraia a atenção no Japão. Tarifas mais altas dos EUA sobre carros, autopeças, aço e alumínio ameaçam prejudicar a economia impulsionada pela exportação, já que uma importante eleição nacional para a Câmara dos Conselheiros está marcada para 20 de julho, um teste crucial para um primeiro-ministro que enfrenta o escrutínio público devido à inflação persistente.
O Japão instou os Estados Unidos a repensarem suas medidas tarifárias por meio de rodadas de negociações ministeriais, embora resultados tangíveis ainda não tenham se materializado. Antes de sua reunião com Trump, Ishiba indicou que o Japão não se apressaria em fechar um acordo às custas dos interesses nacionais.
À margem da cúpula do G7, espera-se que Ishiba explore conversas individuais com líderes como o novo presidente da Coreia do Sul, Lee Jae Myung, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, que também devem participar de parte da reunião multilateral como membros não pertencentes ao G7.
O G7 é composto pela Grã-Bretanha, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Estados Unidos e União Europeia.