Primeiro-ministro japonês promete defender princípios não nucleares no aniversário da bomba atômica

Primeiro-ministro japonês promete defender princípios não nucleares no aniversário da bomba atômica

HIROSHIMA – O primeiro-ministro Shigeru Ishiba renovou na quarta-feira seu compromisso de defender os três princípios de não possuir, produzir ou autorizar armas nucleares no Japão, enquanto o país comemorava o 80º aniversário do bombardeio atômico dos EUA em Hiroshima.

Falando em uma entrevista coletiva após participar de uma cerimônia memorial no início do dia em Hiroshima, oeste do Japão, Ishiba rejeitou a ideia do Japão entrar em um acordo de compartilhamento nuclear no estilo da OTAN com os Estados Unidos, que se tornaram o aliado mais próximo de Tóquio na era pós-guerra.

"O governo defende firmemente os três princípios não nucleares e não temos intenção de revisá-los", disse Ishiba.

Ele também enfatizou a necessidade de considerar maneiras de tornar a dissuasão estendida fornecida pelos Estados Unidos mais eficaz, o que inclui suas capacidades nucleares.

"Isso não contradiz nossa posição de alcançar um mundo sem armas nucleares", disse Ishiba, que anteriormente atuou como ministro da Defesa.

Uma bomba de urânio foi lançada pelo bombardeiro americano Enola Gay e explodiu sobre a cidade de Hiroshima em 6 de agosto de 1945, nos estágios finais da Segunda Guerra Mundial, matando cerca de 140 pessoas até o final do ano.

Durante décadas, o Japão aderiu a princípios não nucleares enquanto era protegido pelo guarda-chuva nuclear americano.

Ishiba destacou a seriedade do ambiente de segurança no Japão, mencionando especificamente que a região tem nações que possuem armas nucleares.

Questionado sobre seu plano de emitir uma mensagem para marcar os 80 anos da derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial, Ishiba não disse quando espera fazê-lo, mas expressou seu desejo de transmitir que o Japão nunca mais deve lutar uma guerra.

Ex-primeiros-ministros emitiram declarações nos 50º, 60º e 70º aniversários de guerra com a promessa de nunca mais entrar em guerra.

As declarações foram examinadas por outras nações, incluindo China e Coreia do Sul, que sofreram com a agressão japonesa durante a guerra.

Ishiba afirmou compartilhar as visões históricas expressas em documentos anteriores. Ele não planeja emitir sua própria declaração sobre o fim da Segunda Guerra Mundial em 15 de agosto, segundo fontes familiarizadas com o assunto.

"Quero pensar em como podemos evitar outra guerra com base nos aniversários de 50, 60 e 70 anos", disse ele, abordando a importância de ter sistemas políticos e de defesa dedicados a esse propósito.

Especula-se que 2 de setembro seja uma opção para ele divulgar uma mensagem porque essa é a data em que o Japão assinou o instrumento de rendição em 1945.