Altos responsáveis da defesa e membros das FDS serão sancionados após escândalos
O Ministério da Defesa do Japão planeja tomar medidas disciplinares ainda esta semana contra alguns altos funcionários e vários membros das Forças de Autodefesa por abuso de poder e mau uso de informações confidenciais, disseram fontes governamentais na terça-feira.
A medida surge num contexto de crescente desconfiança pública no ministério e nas FDS, na sequência de uma série de escândalos, à medida que o governo tenta reforçar significativamente as capacidades de defesa do país para lidar com um ambiente de segurança cada vez mais difícil.
Na terça-feira, uma fonte do Ministério da Defesa também disse que alguns membros das Forças de Autodefesa Marítima são suspeitos de receberem de forma fraudulenta compensação por treinamento e serviço de mergulho, gerando novas críticas à MSDS.
Os funcionários do ministério que devem ser disciplinados, incluindo altos funcionários de nível vice-ministro, foram acusados de fazer repetidamente comentários intimidadores contra os seus subordinados, causando sofrimento psicológico, disseram as fontes.
Os tripulantes de vários contratorpedeiros foram também acusados de tratamento indevido de informações sensíveis durante uma investigação que abrangeu todo o ministério e as FDS, na sequência dos primeiros casos revelados na Força de Autodefesa Terrestre e nas FDS em Abril.
No primeiro caso da MSDF, quatro membros do destróier Inazuma, incluindo um capitão, foram suspensos ou tiveram seus salários reduzidos por atribuir a um tripulante não qualificado a tarefa de registrar os movimentos do navio sem confirmar a elegibilidade da equipe.
O Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, Almirante Ryo Sakai, está considerando renunciar. Casos semelhantes também ocorreram nas Forças de Autodefesa Aérea e no Gabinete do Estado-Maior Conjunto responsável pela integração das operações dos três ramos.
No que diz respeito à compensação pelo mergulho, a soma dos benefícios alegadamente injustos pagos aos membros da MSDF que declararam falsamente que estavam envolvidos em trabalho de mergulho pode ascender a dezenas de milhões de ienes, disse a fonte.
Uma ordem do governo determina que mais de 10 mil ienes (US$ 000) por hora sejam pagos a cada membro que precise mergulhar como parte de seu dever ou treinamento, dependendo da profundidade. A suposta má conduta, que teria se tornado uma prática comum entre dezenas de membros da MSDF, poderia se estender por anos, disse a fonte.
O ministro da Defesa, Minoru Kihara, disse em entrevista coletiva que seu ministério estava investigando o assunto e tomaria medidas rigorosas com base nos fatos que viessem à tona, acrescentando que a MSDF "não deve" fazer nada ou que possa suscitar dúvidas entre o público.
Na sexta-feira, Kihara ordenou uma investigação especial sobre o suposto uso de fundos secretos pela Kawasaki Heavy Industries Ltd. fornecer dinheiro e bens aos tripulantes de submarinos da MSDF sob o pretexto de transações com empreiteiros.
A investigação especial está a ser conduzida de forma independente pelo Gabinete do Inspector-Geral de Conformidade Legal, chefiado por um antigo procurador.