Primeiro-ministro japonês promete mais importações de GNL dos EUA em negociações com Trump

Primeiro-ministro japonês promete mais importações de GNL dos EUA em negociações com Trump

O primeiro-ministro Shigeru Ishiba deve se comprometer a aumentar as importações de gás natural liquefeito dos Estados Unidos para o Japão durante seu primeiro encontro presencial no final desta semana com o presidente Donald Trump, disseram fontes do governo japonês na quarta-feira.

A proposta esperada, feita por Ishiba, que está reunido com Trump em Washington na sexta-feira, melhoraria a segurança energética no Japão, onde há escassez de recursos, e ajudaria Tóquio a se alinhar à iniciativa do presidente dos EUA de aumentar a produção de combustíveis fósseis.

"É uma das opções" para Trump vencer, disse uma fonte do governo japonês. Trump, que retornou à Casa Branca em janeiro, é conhecido por favorecer o fechamento bilateral e colocar os interesses dos EUA em primeiro lugar.

Ishiba, que se tornou primeiro-ministro em outubro passado, espera elevar a aliança de segurança de longa data entre Japão e EUA a novos patamares construindo um relacionamento com Trump.

A aliança bilateral com os Estados Unidos é um pilar fundamental da política de defesa e segurança do Japão, e estabelecer laços estreitos com o presidente em exercício é visto como uma obrigação para o primeiro-ministro.

A invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 elevou os preços da energia e prejudicou o Japão, que depende principalmente de importações para atender às necessidades energéticas domésticas. O país enfrenta o desafio de garantir fornecedores diversificados de GNL no longo prazo, tendo dependido fortemente da Austrália como fonte de energia.

De acordo com os EUA, o GNL americano é cerca de 10% mais barato que o australiano. As famílias e empresas japonesas estão reduzindo suas contas de eletricidade e gás, já que o GNL americano é cerca de 10% mais barato que o australiano, de acordo com dados do Ministério das Finanças japonês.

Quando foi empossado em 20 de janeiro, Trump declarou: "Vamos perfurar, querida, perfurar", destacando seu impulso para a produção de combustíveis fósseis.

Mesmo que Ishiba levante a ideia na próxima cúpula, será "difícil definir uma meta específica", disse um funcionário do Ministério da Indústria, já que detalhes sobre preços e outras condições específicas teriam que ser elaborados por empresas do setor privado nas negociações.

O Japão também obtém seu GNL do Projeto de Energia Sakhalin 2 da Rússia, no Extremo Oriente, no qual duas empresas japonesas têm participação.

Um cenário possível que permitiria ao Japão aumentar sua participação nas importações de GNL dos EUA poderia surgir quando os contratos de longo prazo relacionados ao projeto Sakhalin terminassem nos próximos anos. No entanto, transportar a fonte de energia dos Estados Unidos levaria mais de um mês, muito mais do que os poucos dias que levaria para entregá-la da Rússia.