Kishida visita usina nuclear de Fukushima antes do polêmico lançamento de água
O primeiro-ministro Fumio Kishida visitou a danificada central nuclear de Fukushima no domingo, enquanto o governo japonês se prepara para lançar no mar a água radioativa tratada armazenada na instalação, em meio à oposição dos pescadores e de alguns países vizinhos.
A visita ocorre antes de Kishida se reunir com seus ministros na terça-feira para discutir quando começar a liberar a água. Fontes governamentais disseram anteriormente que o processo possivelmente começaria entre o final de agosto e o início de setembro.
O governo está nos “estágios finais” dos procedimentos antes de decidir quando liberar a água, disse Kishida a repórteres em Washington na sexta-feira, após participar de uma cúpula trilateral com os Estados Unidos e a Coreia do Sul.
Uma enorme quantidade de água contaminada foi gerada no processo de resfriamento do combustível derretido do reator na usina de Fukushima Daiichi, desde que ela foi devastada por um terremoto e subsequente tsunami em 2011.
A água foi armazenada em tanques depois de passar por um sistema avançado de tratamento de líquidos que remove a maioria dos radionuclídeos, exceto o trítio, mas os tanques de armazenamento estão próximos da capacidade máxima. O trítio é conhecido por ser menos prejudicial do que outros materiais radioativos, como o césio e o estrôncio.
A água tratada, que contém vestígios de trítio, será diluída até 40% da concentração permitida pelas normas de segurança japonesas antes de ser descarregada através de um túnel subaquático a 1 quilómetro da central.
Kishida deverá inspecionar as instalações durante a visita.
Os pescadores e alguns países vizinhos continuam a opor-se ao plano, com a China a introduzir testes generalizados de radiação nas importações japonesas de marisco.
Kishida também planeja se reunir com o chefe da Federação Nacional das Associações de Cooperativas de Pesca, possivelmente na segunda-feira, segundo fontes governamentais.
O governo tem estado a considerar quando libertar a água desde que a Agência Internacional de Energia Atómica afirmou no seu relatório final no mês passado que a libertação planeada cumpriria os padrões de segurança globais.