G7 quer chegar a acordo sobre um fundo para a Ucrânia usando ativos russos congelados

G7 quer chegar a acordo sobre um fundo para a Ucrânia usando ativos russos congelados


FASANO, Itália – Os líderes do Grupo dos Sete planeiam chegar a acordo, na sua cimeira em Itália, na quinta-feira, sobre a criação de um fundo para utilizar os lucros dos activos russos congelados, com o objectivo de aumentar o apoio à Ucrânia na sua luta contra a invasão de Moscovo.

Os países do G7 também se comprometerão a apoiar um plano de cessar-fogo apresentado pelos Estados Unidos para o conflito entre Israel e o grupo militante Hamas na Faixa de Gaza, disse uma fonte diplomática, ao mesmo tempo que a crise humanitária se agrava no enclave palestiniano.

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Quando a invasão russa começou em Fevereiro de 2022, a cimeira do G7 em Fasano, sul de Itália, surge no meio de sinais de “fadiga da Ucrânia”, com questões iminentes em torno do financiamento a longo prazo a Kiev pelos Estados Unidos e outros países com ideias semelhantes.

Os Estados Unidos propuseram um fundo de 50 mil milhões de dólares ao qual o Japão, a Grã-Bretanha e o Canadá deveriam aderir, enquanto a França, a Alemanha e a Itália não deverão participar neste momento. A União Europeia já tem um plano de apoio semelhante, disse uma fonte do G7.

Mais tarde na quinta-feira, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, chegou ao local da cúpula do G7.

Antes da cimeira, os membros do G7, que impuseram sanções económicas a Moscovo desde o início da sua invasão em grande escala, estavam a considerar direccionar os juros obtidos sobre activos soberanos russos amarrados para financiar o apoio à Ucrânia.

O G7, juntamente com a Austrália, congelaram cerca de 280 mil milhões de dólares em activos nacionais russos, bem como cerca de 58 mil milhões de dólares pertencentes a indivíduos, empresas e organizações no país, segundo o governo japonês.

O governo do primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, concentrou-se em fornecer apoio não militar à reconstrução da Ucrânia ao abrigo da Constituição japonesa que renuncia à guerra, tais como cooperação na desminagem e fornecimento de equipamento de defesa não letal.

Durante a sessão de abertura, Kishida destacou a importância de manter uma ordem internacional livre e aberta baseada no Estado de direito e de fortalecer as relações com os países em desenvolvimento e emergentes do “Sul”, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Ambas as opiniões “tornaram-se cada vez mais importantes à medida que enfrentamos novos desafios, incluindo a contínua agressão da Rússia contra a Ucrânia e o aumento das tensões no Médio Oriente”, disse Kishida, citado pelo ministério japonês.

O Banco Mundial estimou o custo da reconstrução da Ucrânia em 486 mil milhões de dólares durante a próxima década, que a Ucrânia provavelmente financiará através de empréstimos, representando oportunidades de negócios para empresas no Japão e em todo o mundo.

Quanto ao conflito prolongado entre Israel e o Hamas, o presidente dos EUA, Joe Biden, divulgou um plano de cessar-fogo em três etapas para encerrar a guerra no final de maio, dizendo que foi proposto pelos Estados Unidos por Israel, tradicionalmente apoiado.

O Conselho de Segurança da ONU aprovou o plano no início deste mês, mas o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse na quarta-feira que o Hamas propôs inúmeras mudanças, considerando algumas impraticáveis, à proposta apoiada pelos EUA.

A pressão internacional intensificou-se sobre Israel para pôr fim à sua campanha militar em Gaza, que deslocou muitos palestinianos e causou grave escassez de alimentos, água e energia.

O grupo das principais democracias industrializadas condenou os ataques “terroristas” levados a cabo pelo Hamas em 7 de Outubro, que desencadearam a ofensiva israelita em curso na Faixa de Gaza, evitando ao mesmo tempo criticar directamente Israel.

Nas sessões de sexta-feira, os membros do G7 deverão discutir a situação na região Indo-Pacífico, onde a China intensificou as suas actividades militares, bem como segurança económica, inteligência artificial, energia e “outras questões”.

Espera-se que os líderes do G7 emitam uma declaração na sexta-feira, antes que a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, dê uma entrevista coletiva de encerramento no sábado.