Governo japonês inspeciona Honda e Mazda por certificação incorreta de veículos
O Ministério dos Transportes do Japão inspecionou as sedes da Honda Motor Co. e da Mazda Motor Corp. na segunda-feira. depois que foi revelada uma fraude massiva nas certificações de veículos pelas duas montadoras e três outras empresas.
Toyota Motor Corp., Yamaha Motor Co. e Suzuki Motor Corp. também foram objeto de investigações no local na semana passada, depois que as cinco empresas afirmaram que os testes de certificação exigidos para a produção em massa não foram realizados de acordo com as especificações do governo.
O ministério decidirá se imporá sanções administrativas para evitar que isso aconteça novamente após as inspeções, disseram as autoridades.
Embora todas as cinco empresas tenham afirmado que os seus produtos eram seguros, a última má conduta levantou dúvidas sobre a fiabilidade dos produtos em toda a indústria.
No total, são afetados 38 modelos fabricados pelas cinco empresas. Seis dos modelos afetados produzidos pela Toyota, Mazda e Yamaha estão atualmente no mercado, e o ministério ordenou a interrupção das remessas, disse.
O ministério suspenderá a ordem de suspensão das remessas após confirmar que os modelos afetados foram capazes de atender aos seus padrões de segurança e desempenho ambiental. No entanto, instará as empresas que não cumprirem os requisitos a emitirem recalls, disseram as autoridades.
A Honda, com sede em Tóquio, disse que testes de veículos de 22 modelos anteriores foram realizados de forma inadequada entre 2009 e 2017, incluindo relatórios de dados falsificados. Nenhum de seus modelos atuais foi afetado, especifica ele.
Na Mazda, com sede em Fuchu, província de Hiroshima, foram encontrados casos de má conduta durante testes de colisão e potência do motor em cinco modelos, incluindo dois atuais, o Roadster RF e o Mazda2, indicou o fabricante automóvel.
Mazda e Toyota suspenderam a produção de um total de cinco modelos na semana passada após a proibição de envio.
Esta última falha veio à tona depois que o Ministério de Terras, Infraestruturas, Transportes e Turismo pediu a 85 fabricantes de automóveis e fornecedores de peças que investigassem se as certificações foram obtidas corretamente, após uma série de escândalos semelhantes que atingiram as empresas do grupo Toyota em 2022 e posteriormente.
Embora alguns casos de má conduta tenham se revelado maliciosos, outros envolveram dados de testes realizados em condições mais rigorosas do que as especificadas pelo governo, mas mesmo assim consideradas inaceitáveis, segundo as montadoras.
Ken Shiraishi, professor da Universidade Metropolitana de Tóquio especializado em escândalos corporativos, enfatizou que é importante fazer alterações periódicas nas regulamentações porque a tecnologia avança rapidamente.
“Há falta de diálogo entre os reguladores e a indústria automobilística”, disse Shiraishi.
O presidente da Toyota, Akio Toyoda, disse em entrevista coletiva na semana passada que deseja trabalhar com o governo para atualizar o sistema de certificação existente para alinhá-lo com os métodos atuais de desenvolvimento de veículos.
O Ministério dos Transportes disse que consideraria alterar os regulamentos após analisar os resultados das inspeções.
