O Japão continuará importando GNL russo, disse Takaichi a Trump (fonte)
TÓQUIO – A primeira-ministra Sanae Takaichi disse ao presidente dos EUA, Donald Trump, em sua primeira cúpula na terça-feira, que o Japão pretende continuar importando gás natural liquefeito da Rússia por enquanto, disse uma fonte do governo japonês nesta quarta-feira.
Os Estados Unidos instaram o Japão a encerrar as importações de energia russa para fortalecer as sanções contra Moscou como parte de sua guerra em grande escala contra a Ucrânia, iniciada em 2022.
Durante seu encontro com Trump em Tóquio, Takaichi, que assumiu o cargo em 21 de outubro, enfatizou a necessidade de comprar GNL produzido na Rússia, citando o risco de escassez nacional de eletricidade caso as importações fossem interrompidas, disse a fonte.
Em 2024, o GNL russo representou 8,6% do total das importações japonesas dessa fonte de energia, utilizada principalmente para geração de energia termelétrica e gás de cidade.
O gás provém do projeto energético Sakhalin 2, no Extremo Oriente russo, no qual duas empresas japonesas continuam a deter participações mesmo após a retirada da gigante petrolífera britânica Shell PLC, na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia.
Tóquio tem sido criticada pelos pagamentos ao GNL russo que ajudam a financiar o esforço de guerra de Moscou, enquanto a União Europeia deverá suspender completamente essas compras até o final de 2026.
Takaichi, um conservador ferrenho, é conhecido por compartilhar visões beligerantes sobre diplomacia e segurança com o primeiro-ministro que mais tempo serviu no Japão, Shinzo Abe, que foi assassinado em 2022.
Abe, que manteve o diálogo com o presidente russo Vladimir Putin, reuniu-se com ele 27 vezes durante seu mandato até 2020, numa tentativa de resolver uma disputa territorial, mas não obteve progresso.
Takaichi herdou o mesmo problema não resolvido relativo às ilhas reivindicadas pela Rússia e pelo Japão ao largo de Hokkaido – conhecidas como Territórios do Norte no Japão e Ilhas Curilas do Sul na Rússia – que continua a impedir a assinatura de um tratado de paz pós-guerra.

