Japão planeja aumentar taxas de embarque e visto para turistas estrangeiros
O governo japonês está planejando uma onda de aumentos de taxas e impostos direcionados a estrangeiros, que afetarão as taxas de embarque no aeroporto e as taxas de processamento de visto. Também haverá novas taxas para a triagem pré-entrada.
Justificando a decisão, as autoridades disseram que as taxas atuais do Japão são baixas para os padrões internacionais.
O governo disse que pretende usar o aumento da receita para ajudar a reduzir o congestionamento nos aeroportos e fortalecer os processos de triagem, e que qualquer excedente significativo poderia ser redirecionado para outras políticas.
Já existe uma proposta para usar esses fundos para expandir o ensino médio gratuito, uma política endossada pelo Partido Liberal Democrata quando governou em coalizão com o Komeito. A política permanece em vigor sob o partido.'novo acordo de coalizão com o partido de oposição Nippon Ishin (Partido da Inovação do Japão).
Tem sido difícil garantir uma fonte estável de financiamento para políticas como a expansão da gratuidade do ensino médio e a abolição do imposto temporário sobre a gasolina.
O novo plano transfere parte do fardo para os estrangeiros, que não têm o direito de votar no Japão e são menos propensos a gerar uma reação política negativa.
Embora uma revisão de taxas muito baixa pareça razoável, pelo menos um especialista pede cautela para não prejudicar o comércio internacional.
AUMENTO DO IMPOSTO DE SAÍDA
Uma das principais mudanças que estão sendo consideradas para o ano fiscal de 2026 é um aumento no imposto turístico internacional, também conhecido como “imposto de embarque”.
Estabelecido em 2019, cada passageiro que parte atualmente é obrigado a pagar uma taxa de 1.000 ienes (US$ 6,70).
O governo está considerando aumentar a taxa, em linha com os padrões internacionais. Por exemplo, a taxa nos Estados Unidos é de US$ 22,20 (3.300 ienes).
A taxa de embarque é cobrada de cidadãos japoneses e estrangeiros.
Para evitar aumentar o fardo sobre seus próprios cidadãos, o governo lançou a ideia de reduzir as taxas para obtenção ou renovação de passaportes japoneses.
VISTO E TAXAS DE ENTRADA
As "políticas básicas sobre gestão e reforma econômica e fiscal" aprovadas pelo Gabinete em junho também pedem uma revisão das taxas de visto e residência, levando em consideração "os níveis nos principais países".
Os ministérios das Relações Exteriores e da Justiça estão atualmente finalizando os detalhes, com a posição do governo sendo "aumentar tarifas que são muito baixas em nível internacional".
O governo também planeja introduzir o Sistema Eletrônico Japonês para Autorização de Viagem (JESTA) no ano fiscal de 2028, que exigirá uma triagem prévia para estrangeiros que entram em países isentos de visto.
Será cobrada uma taxa por este serviço, novamente usando o modelo americano de US$ 40, ou cerca de 6.000 ienes, como referência.
ATUALIZAÇÕES MUITO ESPERADAS
As taxas de entrada no Japão são consideradas baixas há muito tempo pelos padrões globais.
A urgência da revisão decorre da luta do governo para garantir os 400 bilhões de ienes necessários para expandir o ensino secundário gratuito, cuja implementação começou neste ano fiscal.
De acordo com várias fontes governamentais, a nova receita do aumento de impostos para estrangeiros pode gerar cerca de 300 bilhões de ienes.
O desejo de aumentar as taxas para estrangeiros também é motivado por restrições políticas internas.
Dada a inflação atual, o governo está relutante em impor novos encargos ao povo japonês.
"Não entendo por que as taxas permaneceram inalteradas por tanto tempo", disse um funcionário do Ministério das Relações Exteriores responsável por supervisionar a emissão de vistos.
As taxas de visto no Japão não mudaram desde 1978.
A taxa para um visto de entrada única para o Japão é de aproximadamente 3.000 ienes, enquanto um visto de turista/negócios nos EUA custa US$ 185 (aproximadamente 28.000 ienes). Os países da União Europeia cobram 90 euros, ou aproximadamente 16.000 ienes.
O governo também está revisando as taxas para procedimentos de residência.
Embora algumas taxas tenham aumentado em abril passado, para muitos foi a primeira atualização em 44 anos, desde 1981.
COMPRAS SEM IMPOSTOS SOB CONTROLE
Dentro do PLD, há apelos para abolir a isenção do imposto sobre o consumo para visitantes estrangeiros.
No entanto, um funcionário do governo questionou essa abordagem, dizendo: "Visar fontes fáceis de renda não é o caminho certo."
Hideaki Tanaka, professor de finanças públicas na Universidade Meiji, em Tóquio, reconheceu que os aumentos de taxas eram necessários, mas disse: "Devemos ter cuidado para não impor um fardo excessivo que possa prejudicar o comércio internacional".

