Japão assinará acordo de GNL com Itália em emergência devido a problemas de abastecimento
O governo japonês disse no domingo que assinaria um memorando de entendimento para comprar gás natural liquefeito de uma grande empresa energética italiana em caso de emergência, à medida que as preocupações com o fornecimento de energia se aprofundavam com a extensão da guerra entre a Rússia e a Ucrânia e a escalada do conflito. no Oriente Médio.
O Japão poderá comprar GNL à gigante energética Eni, com sede em Roma, através da Organização Japonesa de Metais e Segurança Energética, apoiada pelo governo, ao abrigo do acordo que será assinado com o governo italiano, que possui uma participação na Eni.
Detalhes como volume de compra e preço ainda precisam ser decididos.
A Eni procura apoio de empresas japonesas para um projecto de GNL em Moçambique, sudeste de África, em troca do acordo de compra de GNL, segundo fonte familiarizada com o assunto.
O Japão aumentou as suas importações de GNL para operar mais centrais térmicas na ausência de energia nuclear após a crise nuclear de Fukushima de 2011. Os preços do GNL dispararam após a invasão da Ucrânia pela Rússia, aumentando assim as contas de electricidade e gás.
Além disso, a situação no Médio Oriente intensificou-se com o lançamento de mísseis balísticos pelo Irão contra Israel na semana passada, em retaliação aos ataques aéreos israelitas em Beirute e outras acções militares recentes.
Cresceram as preocupações de que o Irão possa bloquear a passagem pelo Estreito de Ormuz, uma rota importante para os transportadores de GNL, incluindo os de outros grandes produtores, o Catar e a Arábia Saudita, no meio do conflito.
A Austrália e a Malásia representam a maioria das importações de GNL do Japão, com apenas cerca de 10% provenientes do Médio Oriente.
Mas se a situação aí afectar o mercado de GNL, a oferta e os preços no Japão, com poucos recursos, serão inevitavelmente afectados.
==Kyodo