Primeiro-ministro Ishiba diz que a Japan Inc. está sofrendo com tarifas de Trump
O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, disse na terça-feira que as tarifas dos EUA já estão afetando muitas empresas japonesas, incluindo montadoras, mas reiterou que não se apressaria em um acordo com Washington às custas de prejudicar os interesses de sua nação.
Falando em uma coletiva de imprensa ao concluir sua visita ao Canadá para a cúpula do Grupo dos Sete, Ishiba disse que medidas tarifárias direcionadas a vários setores poderiam ter "um sério impacto na economia global direta e indiretamente".
Ishiba fez os comentários um dia depois de ele e Trump discordarem sobre o que o líder japonês chamou de "pacote fechado" para benefício mútuo dos aliados de longa data. Eles encerraram as negociações sem obter progressos tangíveis, com Ishiba citando obstáculos.
"Concordamos em pedir aos ministros que continuem as negociações", disse Ishiba. "Jamais sacrificaremos nossos interesses nacionais só porque almejamos um acordo rápido."
Negociações bilaterais ocorreram diversas vezes em nível ministerial, abrangendo questões como o estímulo ao comércio, a abordagem de medidas não beneficentes e a expansão da cooperação em segurança econômica.
Após a cúpula de segunda-feira, o foco se volta para a próxima reunião presencial. Ishiba disse que planeja visitar a Holanda de 24 a 26 de junho para participar de uma cúpula da OTAN.
O Japão não é membro da OTAN, mas aprofundou laços com a aliança militar, da qual os Estados Unidos são membros.
O conflito crescente entre Israel e Irã dominou a cúpula de dois dias do G7 por causa de suas ramificações para a região do Oriente Médio, lar de grandes produtores de petróleo que abastecem o Japão e muitas outras nações.
"Continuaremos monitorando a evolução dos preços do petróleo bruto e da gasolina com forte senso de urgência", disse Ishiba.
"Já pedi às autoridades que considerem medidas para evitar que a vida cotidiana das pessoas seja afetada, em preparação para a possibilidade de que a confusão no Oriente Médio continue e que os preços da gasolina e dos derivados de petróleo aumentem", acrescentou.