Atirador do ex-primeiro-ministro Abe se declara culpado de assassinato em julgamento
NARA, Japão — Um homem acusado pelo assassinato do ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe em 2022 se declarou culpado na terça-feira, primeiro dia de seu julgamento, que começou três anos após o tiroteio.
Tetsuya Yamagami, de 45 anos, é acusado de assassinar Abe, o primeiro-ministro mais antigo do país no pós-guerra, com uma arma de fogo caseira durante um discurso eleitoral no oeste do Japão. O Tribunal Distrital de Nara realizará uma série de audiências antes de decidir o caso em janeiro.
Yamagami disse aos investigadores que cometeu o crime por causa de um rancor que guardava contra a Igreja da Unificação pela ruína financeira que sua família sofreu como resultado das grandes doações de sua mãe — provavelmente cerca de 100 milhões de ienes (US$ 660.000) — ao grupo.
Abe foi alvo porque seu avô, o ex-primeiro-ministro Nobusuke Kishi, ajudou a apresentar o grupo, formado em 1954 por um ferrenho anticomunista da Coreia do Sul, ao Japão, de acordo com fontes investigativas.
O caso de grande repercussão levou 727 pessoas a fazerem fila na manhã de terça-feira na esperança de garantir um dos 32 assentos públicos no tribunal. Os ingressos foram distribuídos por sorteio.
O assassinato chamou a atenção para os controversos laços do grupo religioso com membros do Partido Liberal Democrata, anteriormente liderado por Abe.

