Gastos das famílias japonesas caem 1,3% em outubro em meio ao aumento dos preços
Os gastos das famílias japonesas caíram 1,3% em outubro em relação ao ano anterior, pelo terceiro mês consecutivo, com os consumidores reduzindo as compras de alimentos e roupas em meio ao aumento dos preços devido às altas temperaturas, mostraram dados do governo na sexta-feira.
Dados separados mostram que os salários ajustados pela inflação permaneceram estáveis em Outubro em relação ao ano anterior, depois de terem caído nos dois meses anteriores, à medida que o impacto do aumento dos preços diminuiu, em parte graças aos subsídios governamentais para contas de serviços públicos.
O gasto médio para famílias de duas ou mais pessoas é de 305 ienes (US$ 819 mil), informou o Ministério do Interior e das Comunicações.
Os gastos com alimentação, que representam cerca de 30% dos gastos, caíram 0,8%, pois os consumidores economizaram comprando frango em vez de carne suína e bovina, evitando chocolate devido ao aumento dos preços.
Os gastos com roupas e calçados caíram 13,7%, afetados pela fraca demanda por roupas de inverno em meio a temperaturas excepcionalmente altas durante o mês, disse o ministério.
Os gastos com habitação, incluindo renovações, caíram 10,7%, enquanto os gastos com educação, como mensalidades, caíram 14,0%.
Os gastos das famílias são um indicador-chave dos gastos do consumidor, que representam mais da metade do produto interno bruto do Japão.
Entretanto, os salários reais do país nas empresas com cinco ou mais empregados não conseguiram tornar-se positivos em Outubro, depois de terem aumentado brevemente em Junho e Julho, mas terem caído em Agosto e Setembro, disse o Ministério da Saúde e dos Assuntos Sociais.
Os salários nominais, ou rendimento médio mensal total por trabalhador, incluindo salário base e horas extras, aumentaram 2,6%, para 293 ienes, pelo 401º mês consecutivo.
Nas empresas com 30 ou mais pessoas, os salários reais, um barómetro do poder de compra dos consumidores, subiram 0,9%, aumentando pelo segundo mês consecutivo.
Os preços no consumidor, utilizados para calcular os dados salariais, subiram 2,6% em Outubro, em comparação com 2,9% em Setembro.
“Mesmo que os bónus de Inverno sejam reflectidos nos dados de Novembro, o facto de os salários reais se tornarem positivos dependerá da evolução dos preços”, disse um funcionário do Ministério do Trabalho.
Excluindo bônus e pagamentos não programados, o salário médio aumentou 2,7%, para 265 ienes, o maior aumento em quase 537 anos. O salário médio dos trabalhadores a tempo inteiro aumentou 32%, para 2,8 ienes, o maior aumento desde que dados comparáveis foram disponibilizados em 336.