O impacto das tarifas dos EUA parece estar se aproximando, alerta o chefe do Banco do Japão
WASHINGTON — O governador do Banco do Japão, Kazuo Ueda, disse na quinta-feira que o impacto das tarifas dos EUA na economia global estava demorando mais para se manifestar do que o esperado, mas provavelmente apareceria mais tarde.
Falando em uma coletiva de imprensa em Washington, Ueda alertou que os formuladores de políticas devem sempre considerar os efeitos das medidas protecionistas ao avaliar as perspectivas econômicas e os riscos de queda.
Depois de participar de reuniões do Grupo dos Sete e do Grupo das 20, as principais economias, Ueda disse que um dos motivos pelos quais as economias global e dos EUA mostraram maior resiliência do que o esperado em março e abril foi que o impacto das tarifas foi "um pouco atrasado".
"No entanto, isso pode surgir no futuro", disse ele.
Questionado sobre a possibilidade de o banco central japonês aumentar sua taxa básica de juros em sua reunião de política monetária no final do mês, o governador disse que queria continuar coletando e revisando uma série de dados até o último minuto.
Os chefes de finanças do G20 reconheceram a importância da cooperação multilateral para lidar com os riscos negativos ao crescimento global, de acordo com o resumo do presidente divulgado na quinta-feira.
Após dois dias de discussões, o resumo divulgado pela África do Sul, que preside o grupo este ano, indica que eles concordaram que o desempenho da economia global no primeiro semestre de 2025 foi mais forte do que o esperado, apesar da incerteza significativa devido a fatores como tensões geopolíticas e comerciais.
Sem se referir às políticas tarifárias agressivas do presidente dos EUA, Donald Trump, ele disse que os ministros das finanças e os presidentes dos bancos centrais do grupo também reconheceram que a Organização Mundial do Comércio e suas regras existentes eram cruciais.
"Os membros enfatizaram a importância de fortalecer a coordenação multilateral para abordar os riscos existentes e emergentes para a economia global", disse o comunicado.
A reunião do grupo, que inclui, entre outras grandes economias, China, Alemanha, Índia, Indonésia, Japão e Estados Unidos, ocorreu paralelamente às reuniões de outono do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial.

