O aumento do tempo de tela a partir de 1 ano de idade afeta o desenvolvimento posterior: estudo

O aumento do tempo de tela a partir de 1 ano de idade afeta o desenvolvimento posterior: estudo

O aumento do tempo gasto assistindo TV e DVDs a partir de um ano de idade afetará negativamente o desenvolvimento posterior das crianças, de acordo com um estudo recente realizado por um grupo de pesquisa em saúde infantil publicado em uma revista médica.

Um estudo anterior realizado no Canadá revelou os efeitos do tempo de tela em crianças de 2 a 5 anos. A pesquisa mais recente revela pela primeira vez o impacto em crianças a partir de um ano de idade.

Com base em dados de 57 crianças e mães numa coorte nacional de nascimentos, o Japan Children and Environment Study, as respostas foram recolhidas em cinco categorias com base no tempo de exposição ao ecrã, variando de zero a mais de quatro horas.

Pesquisadores da Universidade de Chiba e de um centro nacional de saúde infantil no Japão avaliaram o desenvolvimento de habilidades de resolução de problemas, habilidades pessoais e sociais, habilidades de comunicação, habilidades motoras grossas, como pular, e habilidades motoras finas, como pegar objetos.

O estudo, publicado no mês passado na edição online do JAMA Pediatrics, um jornal da Associação Médica Americana, descobriu que mais tempo de tela para crianças de 1 ano estava associado a maior risco de maior atraso no desenvolvimento aos 2 anos em comunicação, resolução de problemas e áreas de habilidades pessoais e sociais.

Em relação ao risco de atraso no desenvolvimento aos 4 anos, foram identificadas associações nas áreas de comunicação e resolução de problemas.

Crianças com maiores escores de comunicação tiveram menor tempo de exposição à tela. Segundo o estudo, um melhor desempenho de desenvolvimento estava associado, entre outras coisas, à presença de um irmão mais velho e à leitura frequente para a criança.

“Espero que este estudo ajude a pensar sobre a exposição à mídia em casa”, disse Midori Yamamoto, membro do grupo e professor assistente do Centro de Ciências Médicas Preventivas da Universidade de Chiba.

Ela espera estudar os efeitos dos smartphones no futuro, já que o estudo mais recente se concentra em crianças nascidas entre 2011 e 2014 e não reflete o impacto do dispositivo.

Outro membro do grupo, Hidetoshi Mezawa, médico do Centro Nacional de Saúde e Desenvolvimento Infantil, disse que por trás do aumento do tempo de tela estão os pais isolados da sociedade.

“É necessário que a sociedade como um todo pense em soluções”, afirmou.