Um missionário japonês do críquete na Índia espera que os expatriados compreendam
SRI CITY, Índia – O críquete pode ser pouco conhecido no Japão, embora tenha sido jogado pela primeira vez no país em 1863, mas na Índia ele tem um status quase religioso.
Para Naotsune Miyaji, ex-membro da seleção japonesa de críquete, um torneio corporativo no sul da Índia representou a oportunidade perfeita para apresentar o esporte aos expatriados japoneses e demonstrar seu apelo global.
O torneio de Sri City, realizado uma ou duas vezes por ano, envolvia 18 empresas e, em sua maioria, funcionários locais. Os participantes japoneses estavam menos familiarizados com as regras, então Miyaji distribuiu folhetos produzidos pela Associação Japonesa de Críquete (JCA), sediada em Sano, na província de Tochigi, explicando a história e as principais características do jogo.
“Eventos como este são uma ótima maneira de pessoas de diferentes departamentos se unirem como uma equipe”, disse Ryuta Fujimoto, da Isuzu Motors Ltd. “Ouvir um ex-jogador da seleção nacional falar sobre críquete torna tudo ainda mais especial.”
Miyaji descobriu o críquete na universidade. Tendo já praticado beisebol e natação em nível competitivo, ele se sentiu atraído pelo críquete como um novo desafio.
Em 2009, ainda estudante, foi selecionado para a seleção japonesa. Na época, a equipe era composta em partes iguais por jogadores japoneses e estrangeiros residentes no Japão.
"Era como um esporte que conseguia unir pessoas de todas as nacionalidades", recorda ele.
Atualmente residindo na Índia, Miyaji continua a promover o críquete entre os residentes japoneses, ministrando palestras e organizando eventos, incluindo sessões na embaixada japonesa.
O críquete é praticado em mais de 100 países e, na Índia, é considerado o esporte nacional, um legado dos antigos laços coloniais do país com a Grã-Bretanha.
Durante uma visita à Grã-Bretanha em julho, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, descreveu o críquete como um esporte e, ao mesmo tempo, uma metáfora para as relações internacionais.
"Para nós dois (Índia e Grã-Bretanha), o críquete não é apenas um jogo, mas uma paixão e também uma ótima metáfora para a nossa parceria", disse Modi a repórteres após se reunir com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.
"Pode haver alguns contratempos e percalços ocasionais, mas sempre jogamos com honestidade. Estamos empenhados em construir uma parceria forte e bem-sucedida", acrescentou.
O irmão mais velho de Naotsune, Naoki Miyaji, é o CEO da JCA, que lidera os esforços para desenvolver o esporte no Japão.
O críquete foi introduzido no país pela comunidade britânica expatriada no final do século XIX e foi inicialmente adotado por algumas escolas particulares de elite japonesas.
No entanto, não decolou como o beisebol e enfrenta desafios. O Japão tem poucos campos dedicados e organizar o esporte exige tempo, equipamentos e dinheiro.
Apesar disso, o número de jogadores registrados subiu para 5.600 e, como se espera que esse esporte esteja presente nos Jogos Asiáticos do próximo ano, na província de Aichi, e nas Olimpíadas de Los Angeles de 2028, os irmãos Miyaji acreditam que ele atrairá mais atenção e participação.
“Participar de grandes eventos internacionais certamente será uma vantagem para nós”, diz Naoki.
Globalmente, o críquete tem o segundo maior número de jogadores, depois do futebol, e Naoki espera que o Japão comece a reconhecer seu potencial.
"O críquete é um esporte rico em diversidade e trabalho em equipe", disse ele. "Encorajo todos a experimentá-lo pelo menos uma vez. É um esporte que acolhe a todos, independentemente da nacionalidade."

