Equipe japonesa busca aprovação para transplante de rim de porco em feto humano

Equipe japonesa busca aprovação para transplante de rim de porco em feto humano

Uma equipa médica japonesa anunciou sexta-feira que solicitou autorização para realizar um estudo clínico destinado a transplantar temporariamente rins de porco em fetos com doença renal grave.

Os transplantes de animais para humanos nunca foram realizados no Japão e a equipe pretende ser a primeira a fazê-lo em 2026.

A equipe, que inclui a Faculdade de Medicina da Universidade Jikei e o Centro Nacional para o Desenvolvimento Infantil, submeteu o plano do estudo clínico para aprovação ao comitê especial da universidade formado por especialistas em medicina regenerativa, bioética e advogados.

A equipe precisará então buscar a aprovação de outras organizações, como o comitê nomeado pelo estado, para prosseguir com o processo.

Segundo o plano, dois fetos diagnosticados com sequência de Potter, uma condição na qual a criança não consegue produzir urina suficiente, serão submetidos a um transplante de rim medindo cerca de 2 milímetros, retirado de um feto de porco.

A operação será realizada quatro semanas antes da data prevista. O rim do porco será injetado por injeção hipodérmica sob a pele das costas do feto, permitindo que o feto produza urina logo após o nascimento, afirma a equipe.

Depois que o bebê nascer, um tubo será inserido nas costas do bebê para permitir que ele urine.

Esta será uma medida temporária e o rim do porco será removido algumas semanas após o nascimento, quando a criança tiver crescido o suficiente para beneficiar do tratamento de diálise.

Os transplantes de animal para humano geralmente apresentam riscos mais elevados de rejeição do enxerto, quando o sistema imunológico do receptor rejeita o tecido transplantado. No entanto, os riscos são menores com o uso de tecido de feto de porco e a quantidade de medicamentos imunossupressores necessários pode ser muito pequena, explica a equipe.

Os transplantes de porco para humano foram realizados nos Estados Unidos e espera-se que ajudem a resolver a escassez de doadores de órgãos, uma vez que os órgãos são semelhantes em tamanho aos humanos.

As questões éticas permanecem, e uma vez que este estudo envolveria um feto, o comité especial da universidade irá rever a segurança e a ética do plano.